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sábado, 15 de outubro de 2011

Alô, Professor!!!

Parabéns a todos os professores pelo nosso dia - DIA DO PROFESSOR.
            Nosso dia foi implantado através de um decreto imperial, de 15 de outubro de 1827, que tratava da primeira Lei Geral relativa ao Ensino Elementar. Este decreto, outorgado por Dom Pedro I, veio a se tornar um marco na educação imperial, de tal modo que passou a ser a principal referência para os docentes do primário e ginásio nas províncias. A Lei tratou dos mais diversos assuntos como descentralização do ensino, remuneração dos professores, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão de professores, etc..
A primeira contribuição da Lei de 15 de outubro de 1827 foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Às meninas, sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas das noções de geometria. Aprenderiam, sim, as prendas (costurar, bordar, cozinhar etc.) para a economia doméstica.
Somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração dedicada ao Professor. Esta comemoração foi feita por quatro professores que tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa, em uma pequena escola em São Paulo.



O professor na atualidade...
O nosso papel de professor hoje tem sido blindado de inúmeras análises, em função das constantes transformações que a nossa sociedade vive e, consequentemente, os indivíduos que dela fazem parte. O grande avanço tecnológico, o processo acirrado de globalização caminha para uma prática social complexa que nos desafia a refletirmos sobre que tipo de homem/alunos estamos formando. Ao escolhermos, ou sermos escolhidos, para a profissão professor passamos a enfrentar uma situação real, a qual nem sempre compreendemos de forma mais profunda. Por isso, devemos buscar uma visão menos ingênua sobre o nosso papel de educadores.




Ao Professor

Não sei o que combina mais contigo,
Uma poesia, um livro, uma pintura,
Sinceramente fico pensando
No que deve dar alegria
A alguém que é objeto da alegria de tantos.
Na verdade, o professor de verdade,
É aquele que prefere dividir o que possui,
Do que ter somente para si.
O verdadeiro mestre, sente-se feliz
Quando percebe que o caminho que
Ele abriu tem sido trilhado por muitos.
O mestre tem a sua realização no aprendizado
Do pupilo, da passagem da experiência.
É por isso que meras palavras
Não podem recompensar
A alguém que optou por esta carreira
Que muitas vezes é dolorosa e cheia de espinhos.
Chamo-te somente mestre, abnegado coração
Que se sensibiliza com os olhos sedentos
Por uma vida menos escura, mas cheia de luz.
E essa luz, está em suas mãos,
Em seu coração, em seu olhar.
Que bom que existe um dia
Reservado só para você!
Obrigado por sua obstinação incontida,
Pois graças a ela, você nunca desiste.
Você é muito importante,
Espero que você seja sempre assim.
                                                       (autor desconhecido)

Um comentário:

  1. A maçã ou A leitura dos números
    Dizem que dia 15 de outubro é o dia do professor, assim como dizem que dia 25 de dezembro é natal e em alguns lugares que 31 de outubro é dia das bruxas. [...]Mas, vamos a fruta. Não acho mesmo que maçã é a fruta do professor porque o professor que ganha R$ 10,00 por hora/aula não tem condições de comer uma maçã por dia com o salário que ganha por mês, isso pelo óbvio: o professor não dá conta de usar o salário para pagar todas as contas e ainda viver de maçãs. E hoje ouvi de uma professora que disse que está fazendo contas. Ela disse: "estou fazendo contas e quando terminar é provável que eu peça demissão". Em seguida, usando o quadro negro e o giz --- ela explicou que o quadro era um suporte assim como a revista e o jornal --- a professora fez a seguinte problematização: "ganho R$ 2.200,00 por mês e trabalho 16 horas-aula na sala de aula, tenho 800 alunos no total e tenho 8 turmas. Recebo por mês, de cada aluno, o valor de R$ 2,75 (dois reais e setenta e cinco centavos). Então, para cada vez que entro em sala para dar aula (16 horas semanais em sala) eu gastei algumas outras horas preparando essa aula. Depois eu tenho que preparar slides, selecionar vídeos, preparar diferentes tipos de provas (esse último item é para não facilitar a vida do aluno que cola)"... e a professora continuou fazendo contas no quadro e dizendo que era importante pensar no conhecimento de mundo que a Koch tinha ensinado no capítulo dois do livro, que era importante ser um leitor crítico porque era isso que a ementa da disciplina comunicação e expressão visualizava e a bibliografia da disciplina também. [...]E a professora foi falando e falando e eu pensei: "aff, e daqui dois dias é o dia dela --- será que se eu trouxer uma maçã ela se sentirá querida?". A professora ouve bem e ouviu o que eu pensei ter pensado mas que eu disse em voz baixa. A professora falou: "na minha opinião a fruta mais apropriada para você trazer para um professor é um abacaxi. Abacaxi é a fruta mor da profissão. Isso porque ela é doce para quem tem a boca boa (leiam - os professores que são donos de escolas e universidades) e péssima para quem tem a boca ruim (leiam - os professores que dão aula nas instituições dos professores que tem a boca boa)." E ela não disse, mas estou pensando agora: os professores vivem descascando abacaxis e para eles só sobram a casca (não o chá da casca).
    E aí tem gente que acha que professor gosta de maçã. Mas professor gosta mesmo é de abacaxi, caso gostassem de maçã escolheriam ser donos de escolas e universidades e não ser apenas professores dessas escolas e universidades que são de outros professores, muito mais objetivos.
    Mas, dia 15 é dia do professor e eu penso que os patrões deles pensam o seguinte: se não dão conta de comer maçãs com os seus salários então que comam brioches!
    Mas as cabeças dos patrões não serão decapitadas, isso porque tem sempre um professor bem objetivo que aceita trabalhar em uma instituição para ter 800 alunos por semestre e ganhar de cada aluno o valor de R$ 2,75 por mês. Ou seja, tem professor que gosta de não entender os números. Tem professor que se vende todos os dias e ainda fica feliz quando ganha uma maçã no dia 15 de outubro. Tem professor que acha que não é mercadoria e que sua mão de obra não é sucateada. Então, que mordam a maçã. E se ela estiver envenenada, adeus cinderela, adeus princípe encantado, adeus educação. E a professora da aula de hoje disse que vai terminar de corrigir as oitocentas provas dos oitocentos alunos e formalizará seu pedido de demissão no dia 15 de outubro e seu último dia de trabalho na instituição que objetiva ter um professor por esse salário mísero será dia 31 de outubro. Ah! se todos os professores aceitassem uma caça as bruxas, não sobraria um salário de R$ 2,75 por aluno para sustentar o capital do professor que tem a boca boa.

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